Todo mundo tem sua nostalgia, isso é fato. Aqueles jogos que gostava, os seriados que assistia, animes e filmes que remetem a um tempo onde não precisávamos ir para um trabalho obrigatório gastar boa parte do nosso dia e das nossas energias. O fenômeno da nostalgia exacerbada só cresce conforme mais e mais pessoas vão percebendo como a realidade não trás mais nenhum tipo de lugar de segurança e paz absoluta como se tinha a impressão na infância/juventude.
Cresci vendo Power Rangers, a primeira geração que depois virou outras e eu mal percebi porque não tinha atenção o suficiente para entender porque agora chamavam de Zeo ou Turbo. Tá, Power Rangers no espaço já era mais diferente. Depois acabei me perdendo, mas ainda lembro de Força do Tempo ser muito legal. E aí perdi o contato.
O filme de 2017 de Power Rangers teve muito problemas no marketing e acabou lucrando muito menos do que poderia. É um filme ótimo (apesar daqueles uniformes er... peculiares?) e os rangers foram cativantes como nunca (ou como sempre). Vi no cinema e me empolguei, vi por algo que a franquia estava em plena expansão e tudo era promissor. Porém acabei deixando o fio escapar e o tempo voltou a só passar.
A pandemia mudou a minha vida e as minhas prioridades. Sempre fui uma pessoa de me focar em um ou dois fandons de maneira forte, porém alguns grupos e opiniões me desgastaram e eu abri meus horizontes de busca por hobbies e franquias. Comecei a ler DC Comics, entrei para o fandom do KFP, joguei centenas de horas de Minecraft e, então, lembrei dos Power Rangers.
Desde 2017 realmente muita coisa aconteceu. Tipo, MUITA COISA. A compra da marca pela Hasbro está fazendo o nível das produções e possibilidades subirem cada vez mais. Os quadrinhos já estão chegando a quantidade de cem revistas lançadas e as histórias do Universo Expandido são bem mais complexas e interessantes para o público jovem/adulto do que a série de TV no formato tradicional (e ainda assim descobri que tem séries de TV que mesmo tendo o público infantil como alvo, tem uma trama interessante e personagens bons de acompanhar).
Ainda bem que hoje em dia fandom é algo organizado. Aqui no Brasil o pessoal do MegaPowerBrasil (YouTube, redes sociais, site e podcast) tem um vasto conteúdo falando de Power Rangers. Como trabalho meio período em casa, desenhando minhas histórias e tals (falamos disso outro dia), resolvi começar a ouvir o podcast deles, Centro de Comando, desde a primeira edição (estão na edição 133, no momento deste texto).
Assim, acabei ganhando algum norte para onde direcionar minha atenção e escolhi uma temporada para assistir (fora a temporada atual, que comecei a assistir de imediato ao retornar o interesse): Power Rangers RPM. A combinação de ser a última temporada da pior fase da franquia (Era Disney) com o fato de que isso deu aos criadores uma liberdade quase total fez com que o produto realmente fosse algo totalmente fora do que eu esperaria. Devo dizer, estou viciada assistindo essa temporada.
E, entre jogos de luta, dimensões paralelas, Lord Drakko e Redes de Morfagem rompidas, toda a história de Power Rangers se tornou algo muito mais interessante e divertido de acompanhar do que era na época em que assistia os episódios pingados na televisão e tinha meus bonecos vira-cabeça de camelô. Não é uma complexidade absurda como tentar entender a cronologia bizarra da DC Comics, nem é uma lore covarde e nostálgica em excesso como Star Wars. É atual, vibrante e bem-feita. Até na comunidade de fanfiction, algo que já estou acostumada a tomar mais parte dentro dos fandons que participo, os autores são dedicados, versáteis e multi temáticos (tem fic para os fãs de um girls love/yuri, inclusive, o que é um detalhe bárbaro!).
Pelo visto minha caminhada em busca de fandons valeu a pena por alguns achados maravilhosos e um deles é, sem dúvida, Power Rangers.
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